quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

REVISTA PIAUÍ

Ao ler algumas referências à Revista Piauí, feitas por vários jornalistas, a respeito da publicação de uma matéria sobre entrevista concedida pelo presidente Lula, tive vontade de lê-la e fui à banca comprá-la.

Qual não foi a minha surpresa em constatar que a tal entrevista não trazia nenhuma novidade a ser mencionada.

Porém, o ensaio assinado por João Moreira Salles publicado no mesmo exemplar ( piauí, 28 - de 03 de janeiro de 2009 ), com o título: “A Grande Ilusão”, a respeito da Islândia, apresenta-se como leitura obrigatória para quem deseja se informar a respeito da atual crise econômica mundial. Trata-se de uma dissertação que vai muito além do país em causa.

Há outros artigos super interessantes sobre: o pré-sal, Darwin, etc...

Mas, o texto sobre a crise econômica em um país (Islândia), cuja população é, possivelmente, menor que a de Copacabana e adjências, faz pensar até onde pode chegar, tanto a loucura dos especuladores do mercado financeiro, quanto o comportamento dos governos.

O mundo mergulha em uma crise na qual a geração da prosperidade do pós-guerra não tem a menor idéia.

Portanto, galera, prepare-se que a giripoca vai piar.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O PRESIDENTE NEGRO



Neste Natal ganhei de presente da minha filha querida um livro de Monteiro Lobato, talvez tenha sido para retribuir aqueles a que ela foi apresentada quando era criança.

O livro, lançado em 1926 com o título: “O CHOQUE” – “Romance do choque das raças na América no anno de 2228”, foi editado pela Companhia Editora Nacional e ganhou o título de “O PRESIDENTE NEGRO” duas décadas após o seu lançamento.

Com a eleição do senador Barack Obama para presidente dos Estados Unidos da América, a Editora Globo trouxe às livrarias uma nova edição, aproveitando-se do nome da obra, que já vinha com o marketing incluído.

Reencontrei-me com o gênio de Monteiro Lobato que me transportou para os anos vinte, cujo ambiente era de total euforia, de êxtase provocado pelo crescimento econômico americano: a indústria automobilística, a fundação da era dos bens de consumo. A magia do progresso técnico encantava a todos e enfeitiçava a mente dos intelectuais. Era o que se respirava naquele período anterior à crise de 29.

Lobato se mostra um grande ficcionista e com a antecedência de mais de meio século especula, o surgimento da Internet e da mídia online, refere-se com naturalidade a eleição através de meios eletrônicos (rádio transmitidos) e outras visões do futuro. De cair o queixo.

Revela em seu texto o ambiente eugenista que permeava a intelectualidade no início do século passado e se mostra um entusiasta das teses defensoras dos princípios relativos à purificação das raças. Vivia o clima teórico que propiciou a defesa de teses racistas que, em seguida, se transformaram em ideologias que suportaram as diferentes formas de apartheid e o próprio nazismo.

O livro nos faz viajar pela história e nos leva até a ante sala dos horrores vividos pelo mundo na segunda guerra mundial, ao ambiente anterior a crise de 29 e seus desdobramentos ideológicos e políticos.

Vale a pena ler O PRESIDENTE NEGRO de Monteiro Lobato.