quarta-feira, 22 de março de 2006

Sobre a retomada do crescimento

A construção de um país desenvolvido é uma obra a ser realizada por várias gerações. Somente uma sociedade determinada e coesa conseguirá realizá-la. É preciso um sentimento conjunto de identificação com objetivos permanentes de incorporação de todos os cidadãos com a causa comum da prosperidade para todos. O Brasil ainda está longe de constituir-se em um país desenvolvido, quer se considere o nível de renda por habitante, quer se considerem os seus indicadores sociais.Há hoje uma falsa controvérsia sobre a oportunidade de se dar continuidade ou não ao BNDES. O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, é uma instituição do Estado brasileiro, fundada em 1952, portanto com mais de meio século de existência, que vem dando preciosa contribuição ao surgimento e crescimento das empresas brasileiras e a ampliação da infra-estrutura econômica do país. Nas últimas décadas as inúmeras dificuldades vividas pelo país criaram um ambiente onde surgiu uma certa forma de pensar simplória que reduz a questão do desenvolvimento a um conjunto de "reformas" que visam a desregulamentação pela desregulamentação, como uma panacéia que tudo resolverá num futuro sem data. Os defensores destas posições acenam com promessas de que tudo se resolverá com o tempo. Este ano ainda não foi bom, mas o próximo será e se o próximo não for, terá sido porque as reformas foram insuficientes e assim por diante.Embora o país já disponha de um aparelho produtivo complexo, com praticamente todos os setores implantados, há muito a fazer em matéria de preservação da capacidade produtiva, ampliação, modernização e aprimoramento tecnológico. Está na ordem do dia a questão da retomada do crescimento econômico e com este o aparecimento de novas demandas sobre as empresas e sobre a infra-estrutura, para que se garanta suprimento adequado de energia, de insumos e de meios de transporte da produção. Estas necessidades inerentes ao crescimento exigirão recursos financeiros de longo prazo e felizmente o país conta com um dos maiores bancos de fomento do mundo, maior que o BID-Banco Interamericano de Desenvolvimento e equivalente ao BIRD- Banco Mundial.É graças ao BNDES que temos indústrias como: aeronáutica, de construção naval, siderúrgica, petroquímica, de equipamentos, máquinas e implementos agrícolas, de bens de consumo durável, papel e celulose, etc. Além de projetos na área de infra-estrutura econômica e social, como metrô, estradas e saneamento básico, entre outros. Nós já nos acostumamos a ver , nas cidades e no interior as placas com dizeres: “Este empreendimento conta com o apoio do BNDES”, o que significa projetos financiados pelo Banco com recursos próprios e do FAT-Fundo de Amparo ao Trabalhador.Por que abrir mão de uma instituição tão importante para atender as novas exigências do tempo presente? É pela desconstrução de instituições nacionais como o BNDES que iremos avançar rumo ao desenvolvimento?É imprescindível que as necessidades do país sejam encaradas de frente e suas instituições preservadas e aprimoradas.É preciso que se elaborem políticas nacionais - além das querelas partidárias e de críticas diletantes - que mirem o futuro e sejam dirigidas à construção de um país desenvolvido focado no crescimento econômico, na soberania nacional e na inclusão social.

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